terça-feira, 5 de abril de 2011

Coluna da Jô

O Público e o Privado

Oi gente! Tudo bem? Como passaram a semana? Leram algum livro? Seguiram as dicas literárias minhas e da Debs?
Ler abre as portas para o mundo. Não precisa necessariamente ser um livro. Pode ser um jornal, um blog (de preferência esse aqui!!!), ou um blog sobre notícias ou política.
Na semana que passou, dentre as muitas leituras que fiz, ainda achei tempo para acompanhar o noticiário, e me aprofundar em algumas manchetes que estiveram em evidência nos últimos dias. Para quem gosta de notícias sobre o Brasil e o mundo, principalmente política brasileira, sugiro dois excelentes blogs: o do jornalista da Folha de São PauloJosias de Souza, e o do jornalista do jornal O GloboRicardo Noblat. As análises das notícias e os “bastidores” de Brasília, são mostrados de forma clara, aberta e muitas vezes, surpreendentes.
Dentre as várias notícias publicadas na imprensa durante a semana que passou, uma chamou a minha atenção. Um certo deputado federal, eleito com uma votação espetacular, havia colocado dois amigos seus (moradores em outro estado e que nunca estiveram em Brasília), na sua lista de pagamentos, como se fossem funcionários do seu gabinete. O salário? R$ 8.000,00. A alegação? Os dois amigos o haviam ajudado durante a campanha. A indignação? Oras, os dois sujeitos não trabalham em Brasília, e o deputado, por definição, é nosso empregado. Ele presta serviços à União e ao povo, pagador de impostos. A verba de gabinete deveria ser utilizada com mais racionalidade e parcimônia. Impossível não se indignar. Impossível não refletir. E quero hoje repartir com vocês minhas singelas reflexões. Não sobre a capacidade (ou falta dela) de um homem público, um deputado. Não sobre se é certo ou não utilizar os cofres públicos para distribuir presentes, salários ou qualquer coisa parecida. Mas para refletir sobre o que é Público e o que é Privado.
Deixando a lingüística e a semântica de lado, gostaria de me concentrar apenas no aspecto cotidiano do assunto. Sobre as coisas que acontecem no nosso dia a dia, de forma corriqueira, e que muitas vezes nem percebemos. Um exemplo? Você chega à um supermercado, shopping, etc. O estacionamento está lotado. Há apenas as vagas para idosos, deficientes ou gestantes. O que você faz? Fica mais uma hora procurando vaga; desiste e vai para casa; ou na maior cara de pau, estaciona em uma das vagas especiais, com a desculpa sem-vergonha: “é só cinco minutinhos. Não tem tanto idoso, deficiente ou grávida andando de carro...”O que VOCÊ faz?
Outro exemplo: a escola do seu filho distribui os livros e pede que ao final do ano letivo, eles sejam devolvidos em perfeito estado. Você ensina seu filho a zelar por eles?
Você está num ônibus lotado e conseguiu se sentar. Chega uma mulher grávida. Você cede o lugar?
O que você faz?
Pensem por um momento. Porque, o que fazemos nessas pequenas atitudes do cotidiano, nos mostram como agimos em relação ao que é Público e ao que é Privado; ao que é concedido, dado e compartilhado por todos os cidadãos, e aquilo que é de âmbito privado, particular. Se eu estou sentada num banco de ponto de ônibus, o banco é público, certo? Certo! Se eu sujar o banco o que tem demais? Não é meu mesmo....Não vou me sentar ali depois que entrar no ônibus...MAS alguém vai se sentar, alguém vai acabar sentado na minha sujeira.....Se eu uso um banheiro público e jogo papel no chão, não tem problema. Não é o banheiro da minha casa...Mas se eu for na sua casa e jogar lixo no seu chão, você vai ficar muito bravo, não é mesmo?
E o dinheiro público? Ah...isso é pior ainda. Porque quem o “distribui” é o governo. E se o governo distribui, eu tenho direito à ele. Certo? Errado! Porque todo dinheiro público tem (ou deveria ter pelo menos), uma função e uma destinação. Mas aqui no Brasil, infelizmente, cada vez mais se faz presente a Lei do Gérson, de se levar vantagem em tudo. E o que isso quer dizer? Simplesmente que: todo mundo quer ter direitos, mas não quer ter nenhum dever. Todos querem tudo, mas ninguém quer o ônus da responsabilidade para si. E sabe como isso começa? Com exemplos desde a infância: a falta de educação, a falta de gentileza, gera indivíduos egoístas, egocêntricos, que só desejam que “venha a nós o vosso reino.”
São essas atitudes que corrompem e que levam à situações descritas acima, onde o dinheiro público é distribuído entre os amigos, e não à quem precisa.
E você? Que tipo de pessoa é? Que tipo de exemplo dá para os outros e para si? Pense nisso nessa semana. Vou ficando por aqui.
Inté!

Um comentário:

  1. Como percebeu, estou meio atrasada com minha leitura... SIMPLESMENTE A M E I essa matéria sobre o público e o privado. E é tão simples transmitir educação... pq se perdeu? Digo sempre que " UM EXEMPLO VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS". Tenho 40 anos e, se resolvo chupar uma bala, me vem sempre a visão de minha mãe, qdo eu ainda era pequena, guardando o papael na bolsa qdo não tinha um cesto de lixo por perto, pra jogá-lo em casa. E essa lembrança me impede de fazer qq coisa contrária numa situação como essa. E me pergunto: Onde tudo isso se perdeu? Pq tanta gente faz a coisa errada?
    beijos, amiga.

    ResponderExcluir

Poderá Também Gostar de

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...