Coluna da Jô

Coluna da Jô

Oi gente! Tudo bem? Como passaram a semana? Gostariam de compartilhar algo? Fale para nós!

Gente, essa semana eu reli um texto muito bonito do Rubem Alves (um grande escritor, professor e psicanalista), sobre as mães. No texto o autor diz que cada mãe é uma árvore, às vezes frondosa, com galhos acolhedores, outras vezes uma árvore seca....

Pensando sobre o texto do Rubem Alves eu gostaria de fazer uma reflexão sobre o tema: “Família”, ou melhor: “Familiares”.

Minha mãe sempre diz: “família e vizinhos a gente não escolhe”. E não mesmo. Até hoje nunca conheci ninguém que tenha me dito que comprou uma casa, um apartamento, um imóvel, porque o vizinho de cima ou o do lado, é uma ótima pessoa. Escolhe-se o imóvel pela localização, pelo preço...Não por causa do vizinho... Mas e a família?

Bom....família a gente nasce nela, a gente pode ser adotada por ela, a gente entra nela (via casamentos e similares). Então, realmente, ninguém escolhe. Porque a gente só vai conhecer a fundo a nossa família, digo, FAMILIARES, depois de muito tempo de convivência. E, ainda, por mais que a gente não goste de determinados parentes, não deixamos ninguém falar mal dele.

Eu acredito que a família é uma árvore muito grande. Não é à toa que existem as “árvores genealógicas”. O tronco realmente é frondoso, com muitos galhos que podem ser os parentes, como tios, primos, agregados, e às vezes, quando a família é pequena, poucos galhos.

Às vezes as raízes podem ser profundas, quando os ancestrais estão bem enterrados, num passado muito distante. Outras, as raízes ainda estão aparecendo, quando a família ainda está em formação. O que vale, no meu entendimento, são os frutos dessas raízes.

Muitas vezes não entendemos, não gostamos de uma determinada pessoa da nossa família. Às vezes a pessoa não presta mesmo e ponto final. Mas muitas vezes, convivemos eternamente com familiares que são tão diferentes de nós....E só os aguentamos porque são nossos parentes. Como conviver com essas pessoas? Pessoas que tem o nosso próprio sangue, pessoas que mesmo sem ter o nosso sangue, são da nossa família e são tão diferentes de nós?

Tolerância e paciência. Sempre. Não é fácil. Muitas vezes os familiares acham que por serem “família” podem tudo. Podem se intrometer na nossa vida, podem opinar sobre tudo e todos, dando palpites que pedimos ou não. Que todos irão perdoar seus deslizes e falhas....

Encontros familiares, como almoços, jantares e datas festivas, às vezes são um desastre. Tem sempre aquele que bebe demais, ou aquele que põe defeito em tudo, ou aquele que fala demais...Tem sempre o que não traz nada de casa e leva tudo para sua casa, tem o que ajuda sempre, o que não ajuda nunca, tem de tudo! Esses encontros são pratos cheios para psicólogos!!

Por outro lado, eu me pergunto: família tem só pontos negativos? Claro que não! Família é um porto seguro, um refúgio, um carinho, um acalanto...Um lugar aconchegante para onde retornamos quando o mundo lá fora estiver tão frio, tão árido, tão triste. Um lugar alegre onde sempre nos divertimos e rimos, quando a vida lá fora está tão amargurada. Um lugar onde encontramos aqueles que partilharam nossa infância, partilharam nossos bons momentos e maus momentos. Um lugar onde encontramos aqueles que já partiram e irão retornar e aqueles que nunca mais irão retornar...Mas onde as lembranças permanecem...

Por isso meus caros amigos, quando vocês estiverem sem paciência com seus familiares, lembrem-se disso: do mundo nada se leva...Só levamos as lembranças dos bons e maus momentos. Mas é você quem escolhe se vai levar consigo os maus momentos, ou somente os bons.....

Nessa semana pense em sua família. Lembrem-se que tudo nessa vida é passageiro. E depois de tantos anos, nós só teremos as lembranças.

Pensem nisso!

Inté!