terça-feira, 10 de maio de 2011

Coluna da Jô

Coluna da Jô

Oi gente! Tudo bem? Como passaram a semana? Gostaram das dicas sobre Síndrome do Pânico e Ansiedade?

Continuando nessa linha de pensamentos e reflexões sobre Ansiedade, eu gostaria de conversar com vocês um pouquinho mais sobre esse assunto. Pode ser? Então vamos lá!

Os Transtornos de Ansiedade são muito mais comuns do que imaginamos. Síndrome do Pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Mente Acelerada, Estresse pós-traumático, etc, são alguns tipos desses transtornos. O outro lado dessa moeda são as doenças relativas aos quadros depressivos: Depressão clássica, Depressão pós-parto,Transtornos Obsessivos Compulsivos (de qualquer tipo), etc. E temos ainda, doenças que alternam a fase depressiva com a fase de ansiedade (mania), que é o Transtorno Bipolar. A lista é enorme. Citei aqui os exemplos mais comuns.

O que todas essas doenças tem em comum? Bom, em primeiro lugar, elas ocorrem, primeiramente, na nossa mente, e muitas vezes nem percebemos elas chegarem e se instalarem. Só as percebemos quando passam para o estágio seguinte, e começam a nos enviar sintomas físicos: taquicardia falta de ar, apatia, dores no corpo, sensação de morte iminente, desmaios, diarréia ou constipação, etc... Sim. Os sintomas emocionais ou psicológicos desencadeiam sintomas físicos, orgânicos.

Mas há um estigma por trás dessas doenças: o estigma da indiferença. Quem sofre com esses males já ouviu uma centena de vezes, a seguinte frase: “é frescura. Levanta dessa cama. Pare de chorar. Controlo-se.”. Quem ainda não ouviu, acredite-me, vai ouvir. Infelizmente vai ouvir. Porque quem está vivendo sob um quadro ansioso ou depressivo, para a sociedade, é uma pessoa fraca, que não consegue lidar com a realidade, que não consegue lidar com os problemas e vencê-los. Confesso que já pensei isso também. Sim, eu, Joely, achava isso mesmo: que eram pessoas que tinham dificuldade em viver suas vidas, em lidar com a realidade do cotidiano. Mas como eu disse, eu ACHAVA isso, até eu ser acometida pela Síndrome do Pânico. Até ela chegar de surpresa e virar minha vida pelo avesso. Até ela me fazer questionar todos os meus valores e repensar a minha vida. E eu diga para vocês hoje: foi a melhor coisa que me aconteceu!! Sem a Síndrome do Pânico eu não seria uma pessoa melhor.

A primeira coisa que uma doença como um transtorno de ansiedade ou uma depressão te ensina, é que algo não vai bem com a sua vida. Quem desenvolve uma dessas doenças, é porque deixou de tomar conta da sua mente. Sim. A nossa mente, os nossos sonhos, as nossas esperanças, precisam ser alimentados. Assim como nossos medos e pesadelos precisam ser enfrentados. Não destruídos. Apenas precisamos aprender a conhecê-los.

Num primeiro momento a medicação (sempre indicada por um profissional médico de confiança), ajuda a ter a ponderação e o raciocínio claros, para entender o que está acontecendo e se estabilizar. A partir daí, temos a árdua missão de repovoar a nossa mente, com pensamentos e atitudes que contribuam para a melhora de nossa condição mental.

Tirando a parte dos distúrbios químicos cerebrais, que podem estar em desequilíbrio em nosso cérebro, precisando urgentemente de medicação, o nosso estilo de vida também contribui e muito, para o desenvolvimento, tanto da ansiedade, como da depressão. Estamos sempre correndo, fazendo mil coisas ao mesmo tempo, sendo bombardeados por milhares de informações, tentando ser sempre as pessoas perfeitas, seja no campo profissional, no afetivo, no familiar, etc. Temos que ter a melhor profissão, o melhor salário, o melhor namorado, o melhor marido, o filho perfeito, a melhor TV, o celular de última geração, o IPad, etc. Mas os nossos pensamentos nunca são perfeitos, não é mesmo? E porque tudo na nossa vida tem que ser perfeito, lindo e maravilhoso, menos o nosso cérebro? Pensem a respeito....

Eu acho que é porque é duro e massacrante encararmos quem realmente somos. No exterior sou a filha, a esposa, a profissional, o marido, o amigo perfeito. Mas lá no fundo, naquele lugar onde só eu vou, como eu sou? Sou uma pessoa boa? Sou um sujeito confiável, lá dentro da minha mente? É meus amigos....Saber quem somos, o que somos, do que somos capazes, do que realmente gostamos, do que temos medo, não é uma tarefa fácil....Quantas vezes vivemos uma vida que aos olhos dos outros é perfeita, mas que para nós não é? E quem de nós tem coragem de admitir isso? É aí que aparecem os transtornos de ansiedade e de depressão.....

Eu diria que é um alerta do cérebro, do tipo: “ok! Tá tudo lindo e maravilhoso, mas aqui dentro tá uma bagunça. Será que você poderia prestar mais atenção em mim, digo, em você?”. Mas quem dentre nós, vai ligar para uma mensagem dessas, passada pela nossa mente? Vamos achar que é cansaço, e lá vamos nós planejar umas férias, dar uma volta no shopping e gastar....E deixamos os problemas de lado.

O cérebro não é burro. Percebe que o estamos ignorando, então lá vai ele: “ah, é assim? Então vou enviar alguns sintomas físicos: vou dar uma dor no peito, falta de ar, tristeza, choro, e vamos ver se agora ele toma jeito e cuida direitinho de mim”. E daí corremos para o médico achando que estamos morrendo. E tratamos os sintomas. E às vezes, no auge da dor e do desespero, ouvimos de médicos e familiares: “você não tem nada...” E vamos cada vez mais, ficando tristes, desesperados....E esquecemos de investigar o que se passa no fundo da nossa mente.

Porque, meus amigos, enfrentar a solidão, o desespero, a inveja, a saudade, a angústia, e outros sentimentos feios e ruins que podem estar escondidos em nossa mente, não é tarefa fácil. A nossa mente precisa de uma faxina constante e nem sempre temos coragem de fazer isso. E toda essa sujeira acumulada leva-nos à doença. Para tratar, primeiro utilizamos a medicação. Mas se nós não tomarmos uma atitude efetiva, a sujeira vai acumular e voltaremos a ficar doente.

Como melhorar? Primeiro encontrar um médico confiável que entenda seus sintomas, que o medique corretamente. Depois, terapia. Ou pelo menos, dedicar alguns minutos por dia, a encontrar o que está errado em sua mente, em sua vida... Se afastar de pessoas que te fazem mal; aprender a colocar limites na vida e nas pessoas à sua volta e dizer não! Sim, esses são os passos mais difíceis. Mas são os mais importantes. Respeitamos os outros e muitas vezes não respeitamos à nós mesmos. E adoecemos....

E, quando alguém disser: “você não tem nada”, simplesmente tenha a CORAGEM de dizer: “tenho sim. NÃO é você que está passando pelo o que eu estou passando.” E não se importe se a pessoa se ofender, se falar que nunca mais vai te ver. Se essa pessoa se importar com você, ela vai voltar.

E o mais importante: convença seus familiares próximos que você precisa de ajuda e que quer ser ajudado. Temos que ter humildade para isso, não é fácil. Mas se você estiver disposta a mudar, você conseguirá.

Bom, é isso.

Gostaram do texto? Sugestões? E vocês, o que acham? Conhecem alguém nessa situação? Falem! Comentem, ou deixem aqui seu comentário. Digam sobre o que gostaria de ler a respeito. Dúvidas? Sugestões? Estou aqui, ok?

Inté!

Um comentário:

  1. Oi Joe querida!
    Muito bom seu segundo texto!
    Esse blog está ficando viciante...no bom sentido!
    São tantas informações pertinentes e escritas de maneira tão fácil e interessante.
    No meu dia a dia encontro muito com adolescentes que têm transtornos de ansiedade.
    Acredito que a realidade social em que vivemos, colabora e muito para que esses casos ocorram...
    A depressão então,tornou-se um distúrbio comum nos dias atuais.
    Acho que o consumismo, o preferir 'ter' ao 'ser',influencia para que as pessoas se sintam incompletas...
    Bom, gostei do tema e espero ansiosa o próximo!
    Grande beijo!

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