COLUNA DA JÔ
FELIZ NATAL!!!
Oi gente! Tudo bem? Como passaram a semana? Querem compartilhar algo? Deixar aqui uma crítica ou sugestão? Estejam à vontade.
Hoje eu queria deixar aqui uma mensagem singela de Natal para todos vocês. Nessa data especial não importa se ganhamos presentes, se estamos sozinhos ou rodeados de parentes e amigos (porque às vezes estamos solitários no meio da multidão), o importante é que o nosso coração receba um presente. Pode ser o perdão, a auto-confiança, a eliminação da culpa, o banimento do ódio. Também pode ser a atitude de finalmente se amar como se é. De aceitar à si mesmo. Feito isso, faça um gesto concreto: ajude alguém. O sentido do Natal é a caridade. Se puder doar uma cesta básica, doe; se puder doar apenas uma lata de ervilha, doe assim. E se só puder dar um beijo em alguém, faça! Lembre-se sempre que a palavra oração é composta de orar (rezar) e ação (atitude). Transforme os sentimentos em atitudes. Faça primeiramente a diferença na sua vida. E depois, comece a fazer a diferença na vida dos outros!
Para finalizar, deixo aqui uma das mais belas poesias que eu conheço. E desejo, de coração, que você consiga realizar pelo menos uma das coisas que essa poesia propõe! Um Feliz Natal para vocês e para aqueles que vocês amam!
Inté!
Desejo – Victor Hugo[1]
“Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".
[1] Victor-Marie Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802 — Paris, 22 de maio de 1885) foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e activista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras.
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