sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Papo & Prosa

Mentes que aprisionam

Paula Neiva e Karina Pastore

Todo mundo tem lá suas manias: verificar se o gás está mesmo desligado, somar os números da placa do carro da frente, organizar certos objetos com simetria e por aí vai. O jogador e galã inglês David Beckham, por exemplo, além de colecionar namoradas indiscretas, tem o costume de guardar sempre em sua geladeira um número par de latinhas de refrigerante. As manias são uma espécie de atavismo. Sob a ótica das teorias evolucionistas, algumas delas foram essenciais para o desenvolvimento e a preservação da espécie humana. De nossos antepassados longínquos, sobreviveram os mais prudentes e precavidos – justamente os "maníacos" por estocar alimentos, zelar pela prole e evitar as ameaças naturais. Ter uma ou outra mania, portanto, está dentro do quadro de normalidade. Elas nos tranqüilizam em relação a perigos, ajudam a organizar a rotina e até a passar o tempo.
Por diversos motivos, muitos dos quais ainda não totalmente esclarecidos pela ciência, as manias podem, no entanto, se transformar em doença. Chamado cientificamente de transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC, o mal ocupa o quarto lugar entre os distúrbios psiquiátricos mais freqüentes, com quase 7 milhões de vítimas no Brasil. Quem padece de TOC é acometido por pensamentos intrusivos ou idéias recorrentes e, para aliviar a angústia causada por essas obsessões, desenvolve comportamentos repetitivos – designados pelos médicos de rituais compulsivos. De todas as doenças da mente, o TOC é uma das que mais impingem sofrimento. Ele transforma seus portadores em "escravos de suas próprias idéias e ações", como define a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do best-seller Mentes e Manias – Entendendo Melhor o Mundo das Pessoas Metódicas, Obsessivas e Compulsivas.
O pano de fundo para o TOC é um medo, assim como ocorre no caso dos fóbicos. Só que os portadores de fobias têm um medo irreal em relação a um objeto real – e evitam entrar em contato com o suposto perigo, para afastar uma crise. No caso dos obsessivo-compulsivos, é mais complicado. O que gera angústia é um pensamento que causa medo. Para se livrarem dele, adotam comportamentos compulsivos. Um dos quadros mais comuns do distúrbio é o que envolve o medo obsessivo de contaminação – um bom exemplo é o personagem de Jack Nicholson no filme Melhor É Impossível, que, entre outras manias, usava luvas quase o tempo todo, só comia com talheres descartáveis e não pisava nos rejuntes das calçadas. Alguns pacientes chegam a se lavar com produtos pesados de limpeza, como água sanitária e detergente, só porque encostaram em outra pessoa. Muitos não se contentam com um banho. Só se tranqüilizam depois de vários e longos banhos. "A diferença entre a mania saudável e a patológica é muito mais quantitativa do que qualitativa", afirma o psiquiatra Márcio Versiani, coordenador do Programa de Ansiedade e Depressão da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A doença se manifesta, enfim, quando as manias incapacitam para as atividades cotidianas.
As vítimas de TOC são como Sísifo, personagem do clássico Odisséia, poema épico de Homero. Como castigo por ter enganado Zeus, o deus dos deuses, Sísifo foi condenado a levar uma pedra enorme até o topo de uma montanha – para vê-la sempre rolar até o sopé e começar tudo de novo. Em O Mito de Sísifo: Ensaio sobre o Absurdo, o escritor francês Albert Camus (1913-1960) escreve: "Se esse mito é trágico, é porque o seu herói é consciente. Onde estaria a sua tortura se, a cada passo, a esperança de conseguir o ajudasse? Sísifo, impotente e revoltado, conhece toda a extensão de sua miserável condição. É nela que pensa durante a sua descida". Os obsessivo-compulsivos têm consciência de que seus pensamentos e atitudes são completamente ilógicos. Ainda assim, como Sísifo, eles têm plena consciência de seu martírio, mas não conseguem se livrar da condenação imposta por suas mentes.
O impacto do TOC pode ser devastador. Depois de acompanhar cerca de 700 pacientes, médicos do Hospital Mount Sinai, em Nova York, concluíram que 70% deles tiveram suas relações familiares estraçalhadas pela mania patológica. Nove de cada dez obsessivo-compulsivos sofrem de baixa auto-estima. Não é de estranhar, portanto, que o transtorno freqüentemente se faça acompanhar de outros distúrbios psiquiátricos, sobretudo depressão, dependência do álcool e fobias específicas. Não bastasse a angústia provocada pela doença em si, o TOC faz com que o paciente carregue o peso da vergonha. Por isso, os doentes tendem a camuflar os sintomas e custam a procurar ajuda. "Entre o surgimento dos primeiros sinais e o diagnóstico de TOC, os pacientes levam, em média, dezessete anos", diz o psiquiatra Eurípedes Miguel, coordenador do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo, da Universidade de São Paulo. "O problema é que, quanto mais tempo um paciente passa sem tratamento, mais os sintomas se intensificam."
Sem ajuda, a doença é incontrolável. "É uma luta inglória, com derrota garantida", define Ana Beatriz Barbosa Silva, no livro Mentes e Manias. Os pensamentos repetitivos e as idéias fixas acabam congestionando o cérebro. Todos os rituais a que os pacientes se submetem como forma de afastar as obsessões estimulam ainda mais esses pensamentos. O contrário também dá na mesma: se eles tentam não executar as tarefas que se impõem, as obsessões ficam mais fortes. O círculo é vicioso: as obsessões deflagram compulsões que reforçam as obsessões. Não raro, os rituais compulsivos não guardam nenhuma relação lógica com a obsessão que os origina. É infernal.
"Eu chorava de ódio de mim mesma porque não conseguia mais controlar meus pensamentos", lembra a atriz Luciana Vendramini, de 32 anos. Os primeiros sinais da doença surgiram em 1996. Nessa época, ela só conseguia dormir se visse um táxi amarelo passando na rua. Em seguida, ela passou a se deitar se visse dois táxis amarelos, um atrás do outro. Depois, os dois táxis amarelos e uma pessoa andando na direção oposta. Uma das características do transtorno é a mudança de manias ao longo do tempo. Foi o que aconteceu com Luciana. Houve um momento em que a atriz condicionava seus atos ao tipo de idéia que lhe vinha à cabeça. Para sair do banho, por exemplo, Luciana precisava "congelar um pensamento bom" na mente. Obviamente, nessas horas, ela só pensava em coisas ruins. Um dia seu pai teve de invadir o banheiro e tirá-la de lá à força. Fazia dez horas que Luciana estava no chuveiro. Ela também enfrentou uma situação complicada quando, em 1997, conseguiu uma participação no extinto programa Você Decide, da Rede Globo, depois de um bom tempo sem trabalhar. "Eu criava rituais para começar o dia que podiam se estender por muitas horas", diz. Com medo de se atrasar para as gravações do programa, ela simplesmente não dormia. Luciana tinha de cumprir várias "obrigações" para sair do quarto: acordava, pegava um colar com a imagem de São Bento, fazia o sinal-da-cruz, colocava o pé direito no chão, depois o esquerdo e tinha de sair do quarto com um pensamento bom na cabeça. Quando saía do quarto, ia para o banho e começava a se lavar – primeiro pelo lado direito do corpo. Nessa etapa, havia novamente a obrigação de formular um pensamento bom. No ápice da doença, a atriz perdia um dia inteiro nesse labirinto de obsessões e compulsões. Avessa a medicamentos, Luciana relutou muito até se convencer de que deveria tomar remédio. Há dois anos, ela conseguiu controlar suas manias. Às vezes, ainda sente uma compulsãozinha por lavar as mãos repetidas vezes, mas não se deixa levar. "A doença não me pega mais", diz. Depois de dois anos de tratamento, Luciana voltou aos palcos.
As causas do TOC ainda não foram totalmente desvendadas. Sabe-se que o transtorno tem componentes ambientais e genéticos. Graças ao desenvolvimento de máquinas capazes de flagrar o cérebro em funcionamento, descobriram-se algumas das áreas cerebrais que servem de sede para as obsessões e as compulsões. As duas principais delas, o córtex órbito-frontal e os gânglios da base, são responsáveis pelo processamento das informações recebidas e pelo controle do medo. Já foi estabelecido também o papel da substância serotonina no desenvolvimento da doença. Produzida no cérebro, a serotonina está associada às sensações de prazer e bem-estar. Por isso, o tratamento medicamentoso do TOC ganhou impulso no fim dos anos 80, quando surgiram os primeiros antidepressivos criados especificamente para manter um nível saudável de serotonina no cérebro – são os remédios da família do Prozac. Dos medicamentos antigos, os tricíclicos, são usados apenas aqueles cuja ação está concentrada na serotonina. O mais usado deles é a clomipramina, vendida sob o nome comercial de Anafranil. O TOC não tem cura, mas pode ser controlado. A combinação de antidepressivos com psicoterapia reduz em até 80% a manifestação dos sintomas. A terapia mais utilizada é a comportamental-cognitiva, em que o terapeuta tenta convencer o doente de que suas preocupações são infundadas. Para isso, ele não só usa argumentos lógicos, como expõe o paciente ao objeto de suas aflições. Os primeiros sinais de melhora começam a surgir entre duas e quatro semanas após o início do tratamento. A medicação é mantida por, ao menos, um ano. O objetivo é diminuir os riscos de recaída.
O TOC foi descrito pela primeira vez em 1838, pelo psiquiatra francês Jean-Étienne-Dominique Esquirol. O caso era o de Mademoiselle F., uma jovem de 18 anos que foi tomada pela aflição de que, um dia, ao visitar a tia, pudesse roubar-lhe algum pertence. Mais tarde, a moça passou a ser acometida por rituais de verificação. Filha de um comerciante, Mademoiselle F. gastava horas e mais horas fazendo e refazendo as contas da loja. Mesmo que os resultados conferissem, a jovem não se convencia. Suas aflições, pouco a pouco, foram aumentando. Ela começou a ter de lavar as mãos sempre que encostava em alguma coisa. Gastava mais de três horas com a higiene diária. Em seguida, passou a não sair mais de casa com medo de se sujar e cair doente. Na época, com muita propriedade, Esquirol usou a expressão "loucos razoáveis" para definir os obsessivo-compulsivos: "O paciente é constrangido a realizar atos (...) que sua consciência desaprova, mas sobre os quais ele não tem controle voluntário (...) É a monomania instintiva. Os monomaníacos têm sempre motivos mais ou menos plausíveis para se justificar".
O conceito de neurose obsessivo-compulsiva, no entanto, só seria concebido no início do século XX, por Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Para ele, os pensamentos obsessivos e os rituais compulsivos surgem como resposta inconsciente a determinados desejos que levam a um estado de ansiedade. Por mais desconfortáveis que sejam os sintomas da obsessão e da compulsão, eles seriam menos incômodos do que enfrentar conscientemente as razões do tormento psíquico. O estudo clássico sobre a doença é O Homem dos Ratos, publicado em 1909. Nele, Freud conta a história de um jovem que vivia atormentado pela idéia de que seu pai ou a moça por quem era apaixonado pudessem ser vítimas do ataque de ratos. A obsessão pelo bicho surgiu depois de ele ouvir o relato de um tipo de tortura muito temido naquele tempo. O prisioneiro era amarrado nu, de bruços, com as pernas afastadas. Sobre as nádegas dele, o carrasco colocava, de cabeça para baixo, um balde cheio de ratos. Por meio de técnicas psicanalíticas que ainda estavam em seus primórdios, Freud descobriu que a obsessão do jovem paciente se relacionava ao desejo inconsciente que ele tinha de se opor às vontades do pai. "Ele resolveu esse conflito caindo doente. Assim, evitava resolvê-lo na vida real", escreveu Freud.
Alguns distúrbios psiquiátricos podem ser confundidos com o TOC, como o sexo compulsivo, o jogo patológico, a hipocondria, a bulimia e a anorexia, entre outros. A principal diferença é que os pacientes desses transtornos não têm consciência de que seus pensamentos e atitudes são absurdos. A anorexia, por exemplo, é caracterizada pela preocupação excessiva com o peso corporal e a quantidade de calorias ingeridas. Por mais que o paciente seja magro ou emagreça, ele sempre se vê como gordo e deixa de comer. Um obsessivo-compulsivo que desenvolve um ritual em que deixa de se alimentar não o faz porque se sente feio. Toma esse caminho para afastar de sua mente algum pensamento catastrófico. Além disso, ele tem consciência de que não comer faz mal. Prisioneiro de sua mente, no entanto, ele prefere passar fome a ter de pensar em coisas ruins.
Mesmo pessoas saudáveis são suscetíveis a apresentar traços (leves) de obsessão-compulsão em determinados momentos da vida. "Em situações de stress, elas tendem a ritualizar", afirma o psiquiatra Márcio Bernick, coordenador do Ambulatório de Ansiedade, da Universidade de São Paulo. A maioria dos que embarcam para o exterior tem a mania de, a caminho do aeroporto, conferir inúmeras vezes se o passaporte e a passagem não ficaram para trás. É, sem dúvida, um ritual compulsivo de verificação. Quem já se apaixonou sabe que a paixão é terreno fértil para as obsessões e as compulsões. Até a adolescência, a vida de meninos e meninas é marcada por rituais compulsivos que ajudam no desenvolvimento. As crianças pedem sempre para ouvir a mesma história, como uma forma de estabelecer uma rotina interna. Por volta dos 6 anos, dedicam-se a álbuns de figurinhas, coleções de carrinhos ou de bonecas, o que lhes propicia interagir com o mundo e aprender a desempenhar papéis sociais. Na idade adulta, certos sintomas podem aparecer, sobretudo entre as mulheres grávidas ou que acabaram de ter filho. No último mês de gestação e três meses depois do parto, não é incomum que as mães apresentem uma preocupação obsessiva em relação à criança. Naturais e esperados, os rituais de controlar se está tudo bem com o bebê são importantes para a segurança e a saúde física e emocional da criança.
A reviravolta hormonal e psicológica pela qual as mulheres passam durante o período de gravidez é tão acentuada que algumas das que têm predisposição genética à doença desenvolvem o transtorno a partir dessa fase da vida. Não há levantamentos estatísticos sobre o assunto, mas, segundo os médicos, a prática clínica mostra que um de cada três pacientes de TOC é mulher e apresenta os primeiros sintomas do mal durante ou logo após a gravidez. Nos outros doentes, o distúrbio aparece entre o final da adolescência e o início da idade adulta. Atinge homens e mulheres, ricos e pobres, ocidentais e orientais em igual proporção. A boa notícia é que a ciência hoje consegue manter o TOC sob controle. Ninguém mais está condenado a viver refém da própria mente.
 
Postagem enviada por: Luiz Alberto Bernardo

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Before He Cheats

 
Nesse momento ele provavelmente deve estar dançando
lentamente com uma bronzeada loira vadia
bronzeada e ela
provavelmente está se divertindo
Nesse momento ele está provavelmente lhe comprando
alguma bebidinha barata de fruta porque não pode
comprar Whiskey
Nesse momento ele está provavelmente murmurando em seu
ouvindo lhe ensinando como jogar sinuca

E ele não sabe ...

Eu enterrei minha chave na lateral
de seu lindo, pequenino e envenenado quatro rodas
Esculpi meu nome nos seus bancos de couro
Eu levei um Louiseville Slugger para golpear ambos os faróis
Fiz um buraco em todos os 4 pneus
Talvez da próxima vez ele pense antes de trair

Nesse momento ela está provavelmente cantando
empolgadamente alguma versão horrivel da música da
Shania no Karaoke
Nesse momento ela provavelmente está dizendo "estou
bêbada"
e ele pensando como vai ter sorte
Nesse momento ele provavelmente está se perfumando com
uma colônia barata

E ele não sabe ...

Eu enterrei minha chave na lateral
de seu lindo, pequenino e envenenado 4 rodas
Esculpi meu nome nos seus bancos de couro
Eu levei um Louiseville Slugger para golpear ambos os faróis
Fiz um buraco em todos os 4 pneus
Talvez da próxima vez ele pense antes de trair

Eu posso ter salvo a próxima garota de um pequeno problema
Porque a próxima vez que ele trair
Pode ter certeza que não será à mim
Não, não à mim
[Carrie Underwood]

 
Gente, eu simplesmente ADORO essa música!! Espero que curtam tbm!
=)
 
Fonte: Vagalume

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coluna da Jô

COLUNA DA JÔ

Crianças de Hoje

Oi gente! Tudo bem? Como passaram a semana? Querem compartilhar algo? Refletiram sobre a educação nas escolas? Contem para nós?

Hoje eu queria continuar conversando sobre educação. Mas de outro ponto de vista. Gostaria de começar uma série de reflexões sobre a família e a educação. Hoje vamos dar uma “olhadinha” no ambiente familiar.

Então, vamos lá?

Antigamente as mães não trabalhavam fora, e a maioria dos pais, não ficavam desempregados. Hoje mais da metade das mães trabalham fora e muitas vezes moram sem um companheiro. E tanto o pai quanto a mãe, correm o risco de passarem “um tempo” em casa, por conta do desemprego que afeta a sociedade. Ou seja: em uma geração, o retrato que tínhamos da família mudou. Verdades absolutas mudaram, não sendo tão verdadeiras assim. E os filhos? Ah, os filhos... Os adultos de amanhã...Onde se encaixam nisso tudo?

Bom, sobre essas crianças eu tenho 3 reflexões a fazer:

1. São mais flexíveis e adaptáveis às situações.

2. Aprendem mais rápido.

3. Estão mais vulneráveis à violência, às drogas, aos transtornos de ansiedade e de depressão.

Por quê?

Bom, sobre a primeira reflexão: as crianças e jovens “estão”mais adaptáveis às situações. Filhos de pais separados, de mães solteiras, muitas vezes ficam mais tempo com outras pessoas que cuidam deles, do que com a própria família. Lógico que essa situação poderá ter repercussões negativas no futuro (veremos abaixo). Mas eu quero acreditar que há pontos positivos, e que eles devem ser explorados. Por exemplo: essas crianças se adaptarão melhor às situações da vida e saberão trabalhar melhor em grupo, em equipe.

Além do mais, essa geração aprende rápido. No quesito tecnologia, dá um “show” à parte. Talvez seja os estímulos da televisão, comportamentais...Talvez seja uma característica “à La Darwin”, de seleção natural das espécies. O ponto é: essa geração não tem “medo” das máquinas. Eles não se sentem oprimidos ou diminuídos pela tecnologia. Jogos eletrônicos, internet, TV à cabo, tablets, 3G, etc, não “metem medo neles.”

Mas, e sempre há um mas, um porém, há a outra parte dessa moeda. Em contrapartida essas crianças tem grandes chances de se tornarem adultos com transtornos de humor: quer seja de ansiedade, quer seja de depressão. Afinal, toda essa velocidade de informação, toda as situações familiares instáveis pelas quais passam, poderiam criar adultos carentes, com baixa auto-estima, ansiosos depressivos. Muitos acabam sendo vítimas de toda sorte de abusos e maus-tratos, tornando-se adultos propensos à violência, e ao consumo de álcool e drogas.

Mas isso não é regra geral. Eu sou filha de uma casal divorciado e nunca me envolvi com drogas, álcool ou violência. Creio que o mais importante, é o exemplo que vem de casa. Mas como passar o tempo, com qualidade, como os filhos? Bom, tenho algumas ideias. Na próxima semana, a gente discute isso.

Pensem nisso!

Inté!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Meu Mundo...


Hoje eu queria...
Encontrar um espaço,
onde pudesse deixar
isolada a minha dor.
Hoje eu queria sentar-me no chão,
e apoiar a cabeça no colo de alguém.
Hoje eu queria que
algum coração,
sentisse falta do meu.
Hoje eu queria poder encharcar
algum ombro,
com as minhas lágrimas.
Hoje eu queria esquecer,
que meu coração está
vazio, e minha alma está morrendo.
Hoje eu queria acreditar, que no
livro da minha vida, não estou
escrevendo a última página...

- Sandra Ribeiro -
 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Papo & Prosa


A palavra mais rica da língua portuguesa:
"M E R D A"

(Nem o Aurélio definiu tão bem)


A palavra mais rica da língua portuguesa é a palavra MERDA.
Esta versátil palavra pode mesmo ser considerada um coringa da língua portuguesa.

Vejam os exemplos a seguir:

  1) Como indicação geográfica 1: 
Onde fica essa MERDA?

 
2) Como indicação geográfica 2:
Vá a MERDA!

 
3) Como indicação geográfica 3:
17:00h - vou embora dessa MERDA.

  
4) Como substantivo qualificativo:
Você é um MERDA!

 
5) Como auxiliar quantitativo:
Trabalho pra caramba e não ganho MERDA nenhuma!

 
 6) Como indicador de especialização profissional:
Ele só faz MERDA.

 
 7) Como indicativo de MBA:
Ele faz muita MERDA.

 
8) Como sinônimo de covarde:
Seu MERDA!

 
9) Como questionamento dirigido:
Fez MERDA, né?

 
10) Como indicador visual:
Não se enxerga MERDA nenhuma!

 
11) Como elemento de indicação do caminho a ser percorrido:
Por que você não vai a MERDA?

 
12) Como especulação de conhecimento e surpresa:
Que MERDA é essa?

 
13) Como constatação da situação financeira de um indivíduo:
Ele está na MERDA...

 
14) Como indicador de ressentimento natalino:
Não ganhei MERDA nenhuma de presente!

 
15) Como indicador de admiração:
Puta MERDA!

 
16) Como indicador de rejeição:
Puta MERDA!

 
17) Como indicador de espécie:
O que esse MERDA pensa que é?

 
18) Como indicador de continuidade:
Tô na mesma MERDA de sempre.
 

19) Como indicador de desordem:
Tá tudo uma MERDA!


20) Como constatação científica dos resultados da alquimia:

Tudo o que ele toca vira MERDA!

 
21) Como resultado aplicativo:
Deu MERDA.

 
22) Como indicador de performance esportiva:
O Corinthians não está jogando MERDA nenhuma!!!

 
23) Como constatação negativa:
Que MERDA!

 
24) Como classificação literária:
Êita textinho de MERDA!!!

 
25) Como qualificação de governo:
O governo Lula só faz MERDA!

 
26) Como situação de 'orgulho/metidez' :
Ela se acha e não tem 'MERDA NENHUMA!'

 
27) Como indicativo de ocupação:
 Para você ter lido até aqui, é sinal que não está fazendo MERDA nenhuma!


Postagem enviada por: Anadeli Faneco Tolari
Ilustração por: Debs-Chan. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dia da Árvore


No hemisfério sul, o dia 21 de Setembro prenuncia a chegada da primavera, no dia 23, estação onde a natureza parece recuperar toda a vida que estava adormecida pelos dias frios de inverno.
No Brasil, carregamos fortes laços com a cultura indígena que deu origem a este país; um deles é o amor e respeito pelas árvores como representantes maiores da imensa riqueza natural que possuímos. Os índios também utilizavam este período para iniciar a época de plantio, organizando-se pelo calendário lunar.
Confirmando o carinho e respeito pela natureza, no Brasil, em 24 de fevereiro de 1965, formalizou-se o dia 21 de Setembro como o Dia da Árvore - o dia que marca um novo ciclo para o meio ambiente.

7 bilhões de árvores

Desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, a Campanha "Plante 7 Bilhões de Árvores" é um projeto mundial com o objetivo de encorajar o plantio de árvores nativas e de árvores que são apropriadas ao meio ambiente local, com o apoio de cidadãos e governantes.
O Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente existe desde 1972 como agência da ONU que catalisa as ações brasileiras e internacionais que visam a proteção do meio ambiente por meio do desenvolvimento sustentável.
Para mais informações acesse o site oficial da Campanha de 7 Bilhões de Árvores.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Coluna da Jô

EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS

Oi gente! Tudo bem? Como passara a semana? Refletiram sobre os acontecimentos do 11/09? Querem partilhar algo conosco? Sintam-se à vontade.

Nessa semana gostaria de fazer com vocês, algumas reflexões sobre Educação. Não vou apresentar propostas e nem soluções. Colocarei aqui, pensamentos, meditações, divagações sobre o tema, para que possamos refletir juntos, ok?

Como vocês devem saber, nessa semana que passou, foram divulgados os resultados do último ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Minha proposta aqui, não é avaliar os resultados das escolas e seus alunos; nem polemizar a respeito da eterna luta: escola pública x escola particular; também não vou entrar na discussão sobre metodologia e teoria de ensino ou correntes (Piaget, Paulo Freire, Construtivismo, ensino religioso, tradicional, voltado para o vestibular, ou escola estrangeira.). Não! Meu intuito aqui é ver que tipos de alunos estão frequentando nossas escolas. Qual o papel da escola, dos educadores, da família, da sociedade, na formação desses jovens? E a tecnologia e consumo: qual é o impacto? E a motivação de alunos, pais e educadores? Então, vamos lá?

Em primeiro lugar, quem são nossos alunos? Bom, muitos são filhos únicos, ou tem apenas um irmão. Mas muitos convivem com irmãos de vários casamentos, ou irmãos “postiços”. São filhos de casais separados ou que estão em segunda união. Esses dados podem ser comprovados pelas pesquisas do IBGE e da PNAD. Por que estou colocando isso? Porque a maioria das escolas (públicas e particulares), ainda se baseiam em regaras e valores que já se transformaram ao longo do tempo. A equação: pai+mãe=filho, hoje está mais complexa: pai/padrasto (ausente) + mãe/madrasta (ausente) = filhos da primeira união + filhos do outro cônjuge. Essas crianças, esses jovens, tiveram que se adaptar ao longo do tempo, às novas realidades. E se tornaram mais flexíveis, mais abertos, tanto em relação às coisas boas, quanto às ruins. Outro dado importante, é que tanto o pai quanto a mãe, trabalham fora de casa. Essas crianças/jovens, ficam sozinhos em casa, ou com babás, ou com empregadas domésticas, ou com outros familiares, ou em creches.

Por outro lado, nunca antes, foi tão fácil ter acesso à tecnologia, à interatividade, ou ao consumo. Essa geração está amplamente “antenada”, “ligada”, e por motivos que não discutirei aqui, são mais permeáveis e possuem mais facilidade em lidar com a tecnologia. Coisa que pais e educadores, na maioria das vezes, não conseguem.

Bom, mas nossa reflexão é sobre educação, não é? Vamos voltar à sala de aula, à figura chave: o professor.

Esse professor também é pai, mãe, filho. Pode estar na primeira ou segunda união. Pode ser uma mãe ou um pai solteiro. Tem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, e quando chega em casa, além de corrigir deveres de casa e preparar aulas, tem todos os afazeres domésticos e os filhos para cuidar. Muitas vezes nem sabem mexer no computador. Ou se também são “antenados”, não o são na velocidade de seus próprios alunos e filhos. E eu nem vou entrar no mérito dos salários...

Então...Vocês viram que todas essas reflexões são pertinentes e intermináveis?

Mas eu quero me concentrar em um único e somente único ponto: o que acontece dentro da sala de aula? Em sua maioria, as salas de aula sofrem de “desmotivação”. Alunos desmotivados, indisciplinados, professores desmotivados, despreparados e cansados. E essa situação se perpetua ao longo do tempo.... Como sanar esse quadro?

Do lado do professor/educador, precisamos urgentemente de Políticas Públicas ligadas à Educação. Uma nova gestão em educação, com aumento do salário e capacitação regular. Mas isso só a longo prazo... Mas e a curto prazo? Aí passamos para o outro lado da moeda: o aluno. E como motivá-lo? Só uma maneira: pais e familiares.

Quantos pais/familiares você conhece, que dão livros de presentes aos filhos, ou os estimulam a assistir filmes estrangeiros com legenda, forçando a leitura? Quantos pais limitam as horas na frente do computador ou da televisão, mas não estabelecem “cotas” de leituras semanais? E não venham me falar que livro é caro: existem ebooks gratuitos e bibliotecas públicas onde se podem emprestar os livros.

Temos pais, mães, familiares, que trabalham fora e quando chegam em casa à noite, estão exaustos e precisam motivar seus filhos à estudar, a se interessarem pelos estudos. Não é mais fácil ligar a televisão ou o computador?

Como disse antes: não proponho soluções. Apenas REFLEXÕES. O que vocês acham? Deixem aqui seus comentários. Vamos refletir sobre o assunto, e, quem sabe, ajudar a vida escolar de nossos filhos.

Inté!

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