sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Papo & Prosa

Como Surgiu a Caneta?????


Com toda probabilidade, os tataravôs das canetas modernas foram pequenos pincéis que os chineses usavam para escrever por volta de 1000 a.C. Depois deles, vários objetos conviveram nas mãos de diferentes povos da antigüidade. Lá pelo ano 300 a.C., as varetas de bambu faziam sucesso entre os egípcios. Nas ruínas de Pompéia (cidade italiana destruída pelo vulcão Vesúvio no ano 79), foi encontrada uma espécie de caneta com ponta de bronze. Mas quem teve vida longa mesmo, para azar dos gansos, foram os modelos feitos com penas de aves. No início da Idade Média, a primeira enciclopédia do mundo, organizada por São Isidoro de Sevilha (560-636), já ensinava aos curiosos de plantão que esse era o tipo de caneta da moda.
Os gansos sofreram até o final do século XIX, quando as primeiras canetas-tinteiro foram fabricadas nos Estados Unidos. A popular esferográfica só entraria em cena no século XX. O mecanismo foi patenteado em 1938 pelo húngaro Lazlo Biro. Ele levou seis anos para aperfeiçoar um objeto que hoje parece tão simples. Na época dos primeiros modelos, porém, a tecnologia era tão complexa que uma caneta de Biro custava quase 100 dólares!

A evolução da escrita
Da pena de ganso à ponta porosa, as canetas se tornaram cada vez mais práticas e populares

1 - Plumas
Feitas de penas de aves, principalmente gansos, elas apareceram no início da era Cristã. Foram muito usadas até o século XIX, gerando um rico comércio de penas em todo o mundo. Entre 1800 e 1830, a cidade de São Petersburgo, na Rússia, chegou a enviar mais de 27 milhões de penas por ano para a Inglaterra.

2 - Caneta-tinteiro
O primeiro modelo comercial foi criado pelo americano Lewis Edson Waterman em 1884. Mas, nas memórias da czarina russa Catarina, escritas em 1748, há uma menção a um instrumento parecido. No modelo de Waterman, a tinta era injetada no reservatório com um tipo de seringa. Os cartuchos descartáveis só começaram a ser vendidos em 1927.

3 - Esferográfica
A idéia de usar na ponta da caneta uma pequena esfera de metal, molhada pela tinta que vem de um tubinho, surgiu no final do século XIX. O húngaro Lazlo Josef Biro aperfeiçoou a idéia e popularizou a esferográfica a partir de 1938. Em meados da década de 40, Biro passou a patente para o francês Marcel Bich, criador da Bic, que, hoje, vende 10 milhões de canetas por dia em todo o planeta.

4 - Ponta porosa
Um modelo primitivo já era usado nos anos 40. O sistema atual, com ponta porosa feita de fibra sintética, foi apresentado pelo japonês Yukio Horie, em 1962. O produto foi aperfeiçoado e, em 1973, surgiu a Roller Ball, que unia o sistema da caneta de Horie com a esferográfica. Na Roller Ball, a tinta é absorvida por uma ponta porosa, que molha a parte traseira de uma pequena bolinha de metal.

A invenção de Biró: hoje comum em todo o mundo. No dia 10 de junho de 1943
László Biró, natural da Hungria, patenteou a caneta esferográfica. Biró era jornalista e já teve a idéia de criar o objeto em 1938. A Segunda Guerra Mundial, entretanto, atrasou o patenteamento. Ao ser lançada no mercado nos EUA, em 1945, foram vendidas dez mil canetas em 24 horas, apesar do alto preço de 8,50 dólares a unidade.
Ninguém mais se lembraria do jornalista húngaro László Biró (1899-1985), se ele não tivesse inventado um objeto usado para escrever, conhecido hoje em todo o mundo: a caneta esferográfica. Já no século 19, foram muitas as tentativas vãs de desenvolver um objeto que escrevesse de forma tão suave quanto a caneta-tinteiro, mas que não manchasse ou borrasse.
Na época, Friedrich Nietzsche chegou a criticar a iniciativa, dizendo que tal caneta iria tolher o pensamento. "Se deixarem de existir as pequenas pausas para molhar a caneta no tinteiro, para recarregar a caneta e para secar a tinta, quando então se desenvolverão as idéias?", perguntava ele.  

Incerteza sobre fonte de inspiração

Pois eram justamente essas pausas forçadas que irritavam o jornalista Biró. Ele queria criar algo melhor. Conta-se que ele teve a idéia quando os colegas de escola de sua filha mancharam os cabelos dela com um tinteiro.
Outros garantem que ele descobriu o caminho para desenvolver a caneta esferográfica na oficina do jornal em que trabalhava, em Budapeste, ao observar o funcionamento das máquinas rotativas, cujos cilindros se empapavam de tinta e imprimiam no papel o texto neles gravado.
Seja qual for a origem da invenção, fato é que, depois de anos de tentativas, Biró, juntamente com seu irmão György, criou em 1938 uma caneta recarregável com uma ponta arredondada de metal no lugar da pena da caneta-tinteiro. A tinta foi acondicionada num tubo plástico. Devido à força da gravidade, a tinta umedecia a esfera, e esta, ao girar, a distribuía de modo uniforme pelo papel sem sujar os dedos ou provocar borrões.

Aperfeiçoamento na América do Sul

Durante a Segunda Guerra Mundial, Biró e sua família fugiram da Hungria, indo primeiro para Paris e depois para Buenos Aires. O então presidente da Argentina ficou tão impressionado com o invento que propôs a Biró produzir a caneta no país.
Foi justamente na América do Sul que o jornalista húngaro teve a idéia de substituir a tinta por uma pasta líquida. Novamente Biró começou a fazer experimentos até desenvolver a consistência ideal da pasta líquida e conseguir que uma firma sueca lhe enviasse as esferas móveis com a precisão necessária.
No dia 10 de junho de 1943, László Biró recebeu a patente da primeira caneta esferográfica como a conhecemos hoje em dia. Um ano mais tarde, apareceram as primeiras esferográficas no mercado argentino.
O sucesso se fez sentir ainda durante a guerra: até a Aeronáutica inglesa adotou as canetas, pois nem a altitude nem a variação de pressão interferiam no desempenho do objeto. A explosão de vendas aconteceu nos Estados Unidos. No lançamento no mercado americano, em 1945, as primeiras dez mil canetas esferográficas foram vendidas em 24 horas, apesar do elevado preço de mais de oito dólares a unidade.

O seu inventor, entretanto, não teve participação nos lucros. Biró já havia vendido sua patente por um milhão de dólares. Em contrapartida, o comprador, o francês Barão Marcel Bich, cuja firma BIC lidera o mercado mundial de esferográficas, se tornou bilionário.

Hoje em dia, os brasileiros compram 700 milhões dessas canetas por ano. E o húngaro Biro? Ele se naturalizou argentino e viveu em Buenos Aires até morrer, em 1985, aos 84 anos. No dia de sua morte, as papelarias portenhas hastearam a bandeira a meio pau.



Fonte: Tic Canetas e Sebo e Acervo   
Postagem enviada por:  Anadeli Faneco Tolari
Ilustrações por: Debs-Chan!

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