Coluna da Jô
Oi gente!
Tudo
bem? Como passaram a semana?
Bom, deixa eu contar uma coisinha: essa semana, em todos os
lugares que eu lia (jornal, revista, livros, facebook e etc), todo mundo falava
e refletia sobre o perdão....Então eu pensei: e se eu escrevesse algo sobre
isso. LÓGICO, que é algo singelo, algo que é muito mais uma reflexão, uma
meditação minha, do que um texto, uma crônica, um tratado religioso e
filosófico.
Vamos lá?
Bom, desde que eu era criança eu ouvia na missa que a gente
tinha que perdoar nossos irmãos (amigos e inimigos)...e achava estranho...e daí
eu aprendi a tabuada e quase cai do banco da igreja, enquanto o padre estava
lendo o Evangelho do dia: “(...) Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
“Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim?
Até sete vezes? E Jesus respondeu: “Eu digo a você: não até sete, mas até
setenta vezes sete.” – Evangelho de
São Mateus capítulo 28, versículos 21-22.
A não gente! Pelo amor de Deus, não me digam que
só a louca aqui, ficou fazendo contas para ver quanto dava 70 x7! Que dá
490...Duvido que ninguém nunca fez essa conta....
Olha,
o pior de tudo era ficar pensando assim: mas como eu vou contar isso? Só se eu
anotar num caderno, né? Tipo...fulano me magoa, me ferra, eu anoto num caderno,
faço uma tabelinha com nome da pessoa que me magoou e 490 linhas para ir
colocando: “perdoado”. Simples, né? Naquela época era caderno, hoje posso
baixar um aplicativo para o celular, tipo excell e ir fazendo uma tabela...ah
tá né?
Depois
eu fui crescendo e ficava pensando: “por que 70 vezes 7? Será que o povo
daquela época não conhecia a tabuada do 9? Ou por que não poderia ser: 546 x
45678? Ou qualquer outro valor?” Mas daí eu pensava no papel e na caneta que ia
gastar, ou no pergaminho e na tinta que iriam gastar....
Hoje
eu, Joely, acho que a ideia do perdão é algo difícil. Jesus falou sobre sentido
figurado. Poderia ser 6x890, 3.546 x 7 não importa! O importante é perdoar. E
ESQUECER, tanto a ofensa, quanto o perdão.
Masssssssssssssssssssssssssssssssss,
se não sabemos fazer contas, sabemos MUITO BEM, como guardar as coisas na
memória. E não esquecer nunca, né?
Levanta
a mão aí quem nunca falou: “nossa! Eu não desejo mal pra fulano (a). Mas
ele(ela) lá e eu aqui. Eu já perdoei tudo o que ele (ela) me fez, só não quero
ver ele (ela).”
Sinto
muito em te dizer que isso não é perdão. Sei lá que nome que se dá a isso, talvez seja indiferença, maluquice, mágoa,
imaturidade, mas perdão eu sei que não é....Porque a gente só sabe que perdoou
alguém ou alguma coisa quando consegue pensar na pessoa, pensar naquilo que te
magoou, e não sentir mágoa. Entenderam? Pensem numa situação em que você foi
muito, mas muito magoado. Doeu? Se doeu você não perdoou. Se não doeu, você
perdoou.
Não
é simples? Claro que não é! Por que vocês acham que Jesus disse para perdoar 7
vezes 70? Para que nós tenhamos tempo de esquecer a mágoa! Para que NINGUÉM
tente contar quanto é 7 x70, ou criar caderninhos. Para que esqueçamos a
ofensa. E esquecendo, possamos perdoar.
Tudo
muito lindo, muito poético, mas, na grande maioria das vezes, as grandes dores,
as grandes mágoas, são provocadas pelas pessoas que mais amamos. Ok: vamos
retirar dessa contabilidade desastres naturais, acidentes, violências, doenças
e vamos nos concentrar no dia a dia, nas pessoas com quem convivemos
diariamente. Aquelas que amamos e aquelas que DEVERÍAMOS amar. São elas que nos
magoam mais. Porque os “conhecidos” nos magoam sim! Mas a gente esquece logo,
xinga, sei lá....Mas aqueles que amamos ou deveríamos amar.....é doloroso, não
é mesmo?
Como
perdoar? Ah! Tô tentando aprender. Se eu soubesse deixava uma fórmula aqui. Mas
eu li uma coisa num site que eu queria compartilhar com vocês. Quem sabe eu
aprendo algo...e talvez você também, né?
O
texto a seguir foi retirado do livro “O Poder do Perdão” de autoria do Dr. Fred
Luskin:
1. Saiba exatamente como
você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado
na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.
2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for
preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais.
Ninguém mais precisa saber sua decisão.
3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa
necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar
cúmplice dela. O que você procura é paz.
4. Tenha uma perspectiva correta dos
acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos
e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou
agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.
5. No momento em que você se sentir aflito,
pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu
corpo.
6. Desista de espera, de outras pessoas ou de
sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não
cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos
outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e
se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essa coisa
aconteçam quando você não tem o pode de fazê-las acontecer.
7. Coloque sua energia em tenta alcançar seus
objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o
feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para
seus fins.
8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua
melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder
sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade
ao seu redor.
9. Modifique a sua história de ressentimento de
forma que ela o lembre da escolha heróicas que é perdoar. Passe de vítima a
herói na história que você contar.
E aí? Vamos tentar?
Inté!