terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Coluna da Jô

        Oi gente!
        Tudo bem? Como passaram a semana?
        Bom, deixa eu contar uma coisinha: essa semana, em todos os lugares que eu lia (jornal, revista, livros, facebook e etc), todo mundo falava e refletia sobre o perdão....Então eu pensei: e se eu escrevesse algo sobre isso. LÓGICO, que é algo singelo, algo que é muito mais uma reflexão, uma meditação minha, do que um texto, uma crônica, um tratado religioso e filosófico.
        Vamos lá?
        Bom, desde que eu era criança eu ouvia na missa que a gente tinha que perdoar nossos irmãos (amigos e inimigos)...e achava estranho...e daí eu aprendi a tabuada e quase cai do banco da igreja, enquanto o padre estava lendo o Evangelho do dia: “(...) Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? E Jesus respondeu: “Eu digo a você: não até sete, mas até setenta vezes sete.” – Evangelho de São Mateus capítulo 28, versículos 21-22.
            A não gente! Pelo amor de Deus, não me digam que só a louca aqui, ficou fazendo contas para ver quanto dava 70 x7! Que dá 490...Duvido que ninguém nunca fez essa conta....
        Olha, o pior de tudo era ficar pensando assim: mas como eu vou contar isso? Só se eu anotar num caderno, né? Tipo...fulano me magoa, me ferra, eu anoto num caderno, faço uma tabelinha com nome da pessoa que me magoou e 490 linhas para ir colocando: “perdoado”. Simples, né? Naquela época era caderno, hoje posso baixar um aplicativo para o celular, tipo excell e ir fazendo uma tabela...ah tá né?
        Depois eu fui crescendo e ficava pensando: “por que 70 vezes 7? Será que o povo daquela época não conhecia a tabuada do 9? Ou por que não poderia ser: 546 x 45678? Ou qualquer outro valor?” Mas daí eu pensava no papel e na caneta que ia gastar, ou no pergaminho e na tinta que iriam gastar....
        Hoje eu, Joely, acho que a ideia do perdão é algo difícil. Jesus falou sobre sentido figurado. Poderia ser 6x890, 3.546 x 7 não importa! O importante é perdoar. E ESQUECER, tanto a ofensa, quanto o perdão.
        Masssssssssssssssssssssssssssssssss, se não sabemos fazer contas, sabemos MUITO BEM, como guardar as coisas na memória. E não esquecer nunca, né?
        Levanta a mão aí quem nunca falou: “nossa! Eu não desejo mal pra fulano (a). Mas ele(ela) lá e eu aqui. Eu já perdoei tudo o que ele (ela) me fez, só não quero ver ele (ela).”
        Sinto muito em te dizer que isso não é perdão. Sei lá que nome que se dá a isso,  talvez seja indiferença, maluquice, mágoa, imaturidade, mas perdão eu sei que não é....Porque a gente só sabe que perdoou alguém ou alguma coisa quando consegue pensar na pessoa, pensar naquilo que te magoou, e não sentir mágoa. Entenderam? Pensem numa situação em que você foi muito, mas muito magoado. Doeu? Se doeu você não perdoou. Se não doeu, você perdoou.
        Não é simples? Claro que não é! Por que vocês acham que Jesus disse para perdoar 7 vezes 70? Para que nós tenhamos tempo de esquecer a mágoa! Para que NINGUÉM tente contar quanto é 7 x70, ou criar caderninhos. Para que esqueçamos a ofensa. E esquecendo, possamos perdoar.
        Tudo muito lindo, muito poético, mas, na grande maioria das vezes, as grandes dores, as grandes mágoas, são provocadas pelas pessoas que mais amamos. Ok: vamos retirar dessa contabilidade desastres naturais, acidentes, violências, doenças e vamos nos concentrar no dia a dia, nas pessoas com quem convivemos diariamente. Aquelas que amamos e aquelas que DEVERÍAMOS amar. São elas que nos magoam mais. Porque os “conhecidos” nos magoam sim! Mas a gente esquece logo, xinga, sei lá....Mas aqueles que amamos ou deveríamos amar.....é doloroso, não é mesmo?
        Como perdoar? Ah! Tô tentando aprender. Se eu soubesse deixava uma fórmula aqui. Mas eu li uma coisa num site que eu queria compartilhar com vocês. Quem sabe eu aprendo algo...e talvez você também, né?
        O texto a seguir foi retirado do livro “O Poder do Perdão” de autoria do Dr. Fred Luskin:

1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.

3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.

6. Desista de espera, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essa coisa aconteçam quando você não tem o pode de fazê-las acontecer.

7. Coloque sua energia em tenta alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróicas que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.

E aí? Vamos tentar?

Inté!

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