COLUNA DA JÔ
Oi gente!
Tudo bem?
Como
passaram a semana?
Bom,
hoje eu estava aqui pensando sobre o que iria escrever para vocês e para mim
essa semana. Hum....acharam estranho? Eu não escrevo apenas para
vocês...Escrever é um ato de libertação para mim. Bom...acho que exagerei e
dramatizei...Escrever é, na verdade, uma maneira de organizar minhas ideias,
meus pensamentos. Os pensamentos atropelam as nossas mentes, “todos juntos e
misturados”, e ao escrever, conseguimos separar e analisar cada pensamento,
cada sentimento e emoção.
Então tá! Vou escrever sobre “escrever” essa semana. Prontos?
Vamos lá?
Já disse que escrevo para organizar minhas ideias. E também
para conseguir refletir e meditar a respeito. A minha mente é cheia de ideias.
Fervilham como água fervendo. Nesse estado, é difícil analisar um pensamento de
cada vez, uma ideia de cada vez, um sentimento de cada vez. Geralmente eles
aparecem todos ao mesmo tempo. Pulando e gritando. Infelizmente não se
organizam em fila, não esperam a sua vez para falar. Ou seja: um caos, uma
confusão. Daí é difícil, pelo menos pra mim, saber qual ideia, qual pensamento
está mais incomodando no momento.
Lógico que sempre achamos que foi a última coisa que
pensamos, ou melhor, a coisa que mais me chamou a atenção no momento, o “causador”
de tanto estresse. Sabe aquela história: você vai num churrasco come o dia
inteiro, sem se refrear, bebe sem parar, e antes de dormir toma um chá ou um
copo de leite, vomita e pensa: “foi o chá/leite/água, a última coisa que enfiei
pra dentro?”. Os pensamentos também são assim. Tendemos a achar que o problema
é SÓ aquilo que está nos INCOMODANDO NESSE EXATO MOMENTO. Mas na maioria das
vezes, ele é apenas a gota d’água que fez o copo transbordar; pois copo vazio
não transborda....
E o que tudo isso tem a ver com o tema dessa semana? Bom,
quando o meu copo está quase transbordando, eu começo a escrever. A rascunhar.
Sou do tipo de pessoa que só sabe falar ao telefone se estiver com um pedaço de
papel e lápis do lado, e enquanto a pessoa fala, eu desenho. Vejam bem: eu dou
toda a atenção do mundo a quem está do outro lado do telefone. Mas não deixo de
desenhar. Uma vez eu li que quem faz isso, procura organizar um subconsciente
bagunçado (tipo o meu). E que deveria levar esses desenhos para uma sessão de
terapia (jungiana). Ainda não fiz isso, mas um dia eu chego lá. Enquanto isso
continuo rabiscando.
Tenho um hábito terrível de comprar cadernos e canetas. Tenho
milhares de cadernos, grandes, pequenos, de todos os tipos e formatos, capas,
caros, baratos, todos espalhados pela casa. Canetas eu TINHA mas elas somem.
Creio que vão para alguma dimensão paralela, algum outro planeta, ou gnomos as
roubam, ou alguém tiram elas do lugar e não devolvem. Simplesmente
desaparecem....Mas os cadernos não. Estão em todos os lugares até dentro de
bolsas. Não saio sem caderno e caneta. As ideias mais legais que tive na vida,
as grandes decisões que eu TIVE que fazer ao longo da minha vida, foram tomadas
na rua: no carro, no ônibus, em vários lugares, e eu as anotei para colocar em
prática mais tarde. Por que não foram tomadas dentro de casa? Olha, depois de
anos de estrada, e mais alguns de terapia, descobri que você precisa se
distanciar do problema, enxergá-lo de outra forma, para que possa ver o
resultado.
Acho extremamente difícil conseguir “pensar” sem rascunhar,
sem escrever. Como disse, minha mente não é um lugar tranquilo e educado. Para
conseguir elaborar uma ideia, um plano de ação, sempre recorro ao papel e ao
lápis. Quando fui reconvidada a reescrever novamente a coluna, coloquei o
desafio de escrever a coluna diretamente no notebook, sem primeiro escrever no
papel e depois “passar a limpo” no note. É um exercício de paciência enorme,
porque parece que os pensamentos são mais rápidos que meus dedos (e de fato
são, e olha que eu digito super rápido. Fiz curso de datilografia quando os
dinossauros ainda andavam por sobre a Terra). Muitas vezes, talvez, vocês irão
se deparar com algum erro de digitação ou gramatical, ou uma falta de vírgula
(meu note não gosta da vírgula), mas é porque pensar e digitar são ações que
precisam estar integradas, e quando elas se integram, se combinam, os dedos
ganham vida e vão por aí digitando sem fim.
Tá. Mas vamos lá: por que escrever? Eu te pergunto: por que
não escrever? Está com um problema? Escreva-o no papel. Depois de escrevê-lo
coloque ao lado dele 5 possíveis soluções ou desfechos do problema. E leia o
que escreveu. Achou uma resposta? Ótimo! Não achou? Ótimo, retirou o problema
da mente. Uma vez aprendi com a Silvana Prado do site APOIAR, que a melhor
maneira de combater o estresse e ansiedade, é escrever num papel todas as suas
preocupações (pode ser até uma lista interminável), pois é como “retirar” as
preocupações por um tempo da mente. Mas alguém pode me perguntar: papel? Lápis?
Caneta? Eu tenho ipad, iphone, sei lá mais o que....Ué? Escreve nele criatura!
O importante é escrever, ou melhor DIGITAR. O importante é ter um tempo só
entre você e sua mente. Eu escrevo, você digita, outra pessoa pinta, outros
ouvem música sozinhos....tudo é válido, desde que consiga ouvir a sua mente.
Ouvir os seus pensamentos. Concentrar-se. E quando conseguir se concentrar,
entender. Entender você para depois entender ao outro.
Pense nisso.
Inté!
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