domingo, 27 de maio de 2012

Demências



As limitações na memória são comuns com o avanço da idade e também na vigência de quadros psiquiátricos, mas quando isso se torna grave, ao ponto de comprometer as Atividades de Vida Diária, pensamos sempre em um possível quadro demencial. Neste texto pretendo falar das Demências mais prevalentes, dentre elas o Alzheimer. 

O que é Demência? 
Demência é o quadro caracterizado por limitações graves de memória, afetando também o poder de julgamento e a orientação no tempo e no espaço. O paciente tem que estar em seu perfeito estado de consciência, ou seja, não se encontrar sonolento e nem estar internado ou tratando de outro quadro médico. 

As funções cognitivas (explicadas mais adiante no texto) vão se alterando cronicamente. Observamos, na maioria das vezes, o comprometimento maior de uma das funções. 

Os sintomas devem, necessariamente, resultar em um comprometimento significativo do funcionamento social ou ocupacional, comparando-se ao que era anteriormente. 

A demência pode ser reversível ou permanente, progressiva ou estática. Apenas 15% apresentam um quadro passível de resolução, o restante necessita de acompanhamento e tratamento contínuo e regular para melhora da qualidade de vida. 


Quem pode ter? 

A Demência é basicamente uma doença que atinge os idosos, ou seja, a população acima dos 65 anos, mas pode ocorrer anteriormente. Cerca de 1,5% da população nessa faixa etária vai ser acometida, e a incidência só aumenta com a idade. As mulheres são mais acometidas, e existe uma herança genética associada. Pessoas com maior escolaridade demoram mais para apresentarem os sintomas quando acometidas por uma demência. 


Quais são os tipos de Demência? 

A Demência mais comum é a Demência do tipo Alzheimer (DA), cerca de 60% de todas as pessoas acometidas por um quadro demencial possuem esse tipo. A segunda mais prevalente é a Vascular. Juntas são responsáveis por 75% dos quadros. Temos ainda Demências causadas por uso de substâncias (álcool), causadas por Traumatismos Cranianos, pela doença de Parkinson dentre outras. 


O que é Alzheimer? 

Foi inicialmente descrita em 1907 e possuí um forte componente genético. Nela, observamos a deposição de placas senis no cérebro, o que leva a deterioração das suas funções. Embora geralmente se inicie após os 65 anos, também pode ser de início mais precoce, podendo ter ou não perturbação do comportamento do indivíduo acometido. Apresenta-se de forma lenta e gradual, e finda com um paciente totalmente dependente para todas as AVD. 

È irreversível, mas o tratamento correto pode retardar a evolução. 


O que é Demência Vascular? 

Mais comum em homens, especialmente os que possuem Hipertensão Arterial Sistêmica (o que chamamos popularmente de Pressão Alta). O que ocorre são pequenos infartos, como aqueles que vimos no coração, só que no cérebro, comprometendo o funcionamento do mesmo. 


Como é feito o diagnóstico? 

O Diagnóstico das demências é feito através de uma conversa longa e detalhada com o paciente e com a família. Existe também um teste facilmente aplicável e de muito resultado chamado de Mini Exame do Estado Mental (MINI MENTAL) no qual perguntamos diretamente ao paciente sobre os sintomas. Além disso, são necessários exames de sangue e de imagem do cérebro. 


Como prevenir? 

Mudanças na dieta, controle da pressão e de outras doenças clínicas, atividade física regular, tudo isso pode ajudar na prevenção dos quadros. Além disso, melhorar os conhecimentos, exercitar o raciocínio lógico, e procurar ajuda médica psiquiátrica o mais rápido possível é indispensável. Ter uma vida ativa pode ser crucial no prognóstico. 


Tratamento? 

O tratamento adequado do portador de Demência é realizado por uma equipe multidisciplinar. Precisamos do acompanhamento psiquiátrico, do psicológico, do terapeuta ocupacional, da nutricionista, além de uma equipe de enfermagem especializada em casos mais avançados. 

Não podemos descuidar também do tratamento dos familiares, que passam por uma situação de estresse extremo e podem desenvolver um quadro de Burnout e depressão. Eles devem ser orientados por toda a equipe da forma mais correta e direta possível. 

Existe também a necessidade de medicações apropriadas para cada caso.


Artigo de autoria da Dra. Thaís Zélia dos Santos (Médica Psiquiatra, CRM-SP 125.720) 


Fonte: Medicina do Comportamento 

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